OPINION OPINION OPINION OPINION OPINION OPINION OPINION OPINION OPINION OPINION OPINION
3101065150_fb8a9f0029_c

As empresas (também) são responsáveis pela Amazônia

Dez princípios empresariais para o desenvolvimento sustentável na região estão em consulta pública até 31 de janeiro. Saiba como participar e fazer sugestões
Renata Piazzon,
6.01.2020

Dez princípios empresariais para o desenvolvimento sustentável na região estão em consulta pública até 31 de janeiro. Saiba como participar e fazer sugestões

É consenso que os resultados da 25ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 25), encerrada em dezembro em Madri, não avançaram como a urgência climática exige. Todos nós que lá estivemos gostaríamos que os países tivessem chegado a um bom termo para regular o mercado de carbono global, previsto no Artigo 6 do Acordo de Paris. Apesar da nota negativa, gostaria de destacar, neste espaço, um aspecto positivo do encontro da ONU: avançamos na discussão sobre a responsabilidade das empresas com o desmatamento ilegal zero e a promoção do desenvolvimento sustentável da Amazônia.

O diálogo ocorreu no Brazil Climate Action Hub, onde a sociedade civil brasileira viveu dias de intensa troca de experiência e conhecimento. A convite da iniciativa Amazônia Possível, executivos de três grandes empresas apresentaram casos de sucesso no desenvolvimento sustentável da floresta – a Ambev, a Votorantim Cimentos e a Natura.

Após a apresentação dos casos, foram divulgados os resultados de um levantamento feito com 26 grandes empresas que atuam diretamente na Amazônia. Ele foi realizado pela Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura; Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds); Instituto Arapyaú e Rede Brasil do Pacto Global, e revelou que 19% das empresas investiram mais de US$ 250 milhões na região no último ano.

O levantamento também chegou a uma proposta de “10 Princípios empresariais fundamentais para o desenvolvimento sustentável da Amazônia”. Nosso objetivo é mostrar que conservação e desenvolvimento é possível e projetar o futuro dessa complexa, mas fundamental, relação entre as empresas e a floresta.

Os “10 princípios” abordam questões sobre como eliminar qualquer forma de desmatamento ilegal na sua cadeia produtiva, reduzir o desmatamento legal ao mínimo e garantir a rastreabilidade de toda a sua cadeia de produção. As empresas ainda se comprometem a investir em pesquisa para desenvolver novos usos sustentáveis de recursos naturais, além de buscar um amplo diálogo com sociedade civil, governos, comunidades locais e academia, para compreender e enfrentar as demandas da região onde estão instaladas.

Esses princípios agora estão em período de consulta por meio deste link, pelo qual é possível fazer sugestões até o dia 31 de janeiro de 2020. Encerrada a chamada pública, as empresas que se comprometerem com a visão da iniciativa Amazônia Possível e com os princípios terão o compromisso formalizado no site da iniciativa.

Sabemos que nenhuma ação isolada resolverá um problema tão complexo e que as soluções devem ser construídas pelo setor privado, setor público, sociedade civil, academia e comunidades locais. A iniciativa Amazônia Possível busca a construção com o setor privado, ciente de que a preservação da floresta é boa para o meio ambiente, para os seus negócios e para o Brasil.

You may also like

Os participantes da 19ª Cúpula do G20, no Rio de Janeiro, em 19 de novembro de 2024.
É preciso ampliar recursos para países e setores com potencial bioeconômico
Conservação de florestas e recuperação de áreas degradadas será fundamental para evitar crescimento da média da temperatura global acima de 1,5ºC acima dos níveis de antes da era industrial Foto: Gabriela Biló / Estadão
Mundo está mais perto de atingir esse ponto crítico, e retorno à trajetória exigirá medidas extraordinárias, que passam pela revolução tecnológica, conservação de florestas, restauração de biomas e ação global coordenada
Brasil tem boas condições de partida na disputa e pode se tornar um polo de atração de investimentos em tecnologias de baixo carbono Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
Estudos apontam que o País pode atrair até US$ 3 trilhões (R$ 16,5 trilhões) em investimentos climáticos até 2050